segunda-feira, 12 de março de 2018

Diário de Viagem: Luteranismo em Berlim

Todos os anos decido viajar para algum lugar do mundo para descobrir mais sobre alguma religião predominante no local. Este ano decidi que iria para a Alemanha, e um dos lugares que mais amei foi Berlim, mesmo que a maioria da população seja católica, muitas pessoas são da igreja luterana protestante. Berlim para mim, é uma capital europeia com um passado cheio de história contemporânea, e mostra como se reinventou nas últimas décadas após a queda do muro. Mas minha maior vontade era conhecer a Catedral de Berlim ou então Berliner Dom, saber mais sobre seu passado, sua história e entender melhor sobre a religião luterana protestante.

Resultado de imagem para park inn alexanderplatzCheguei em Berlim dia 19 de novembro de 2017 de manhã e fui direto para o hotel Park Inn Alexanderplatz que fica na frente da Berliner Fernsehturm que é bem próximo da Berliner Dom. Chegando no hotel só deixei as malas e fui caminhando para a Berliner Dom, porque ia ter um tour onde um historiador que era o guia do local, iria contar toda a história da catedral e da religião em si. No tour o historiador contou que apesar do nome catedral, nunca foi a sede de um bispado. A igreja chegou a ser comparada com a versão protestante da Basílica de São Pedro, e durante a II Guerra a catedral foi atingida por uma bomba de líquidos inflamáveis e sofreu severos danos, e como a igreja ficava no lado oriental da cidade, começou a ser reconstruída apenas em 1975.

Resultado de imagem para martinho lutero
A história da Igreja Luterana está intimamente ligada à da Reforma Protestante e à trajetória de Martinho Lutero, o líder das mudanças ocorridas no seio da Igreja Católica durante o século XVI. Depois de estudar Filosofia e Direito, ele decidiu tornar-se monge, doutorou-se em teologia, mas logo começou a sentir uma profunda aflição e mergulhou na incerteza sobre seu merecimento espiritual. Carente de paz interior, Lutero via em Deus um juiz implacável, pronto a punir os que se desviam de seus caminhos. Em 1517, na Alemanha, o monge Lutero promulgou as famosas 95 teses que contêm ácidas críticas ao papado e ao alto clero. A Reforma Religiosa propicia a tradução da Bíblia, e milhares de pessoas têm assim finalmente o acesso às Escrituras Sagradas, e às suas próprias interpretações dos ensinamentos nelas contidos. As teses luteranas condenam, por exemplo, as indulgências como prática de troca do perdão por bens materiais e o uso do dinheiro dos frequentadores da Igreja para enriquecer ainda mais esta Instituição.


No tour, o historiador também nos contou que na Confissão de Augsburgo, criada por Lutero e Melanchton, há um resumo das concepções luteranas. Este documento, constituído de vinte e oito artigos, foi entregue ao Imperador Carlos V e à Dieta do Santo Império Romano. Estes artigos de fé, pelo menos os vinte e um primeiros, tentam convencer seus leitores de que eles não estão construindo uma seita, pois não rejeitam as Escrituras. Do XXI ao XXVIII, abordam os exageros cometidos pela Igreja e o desejo dos luteranos de corrigir estes erros. E que segundo Lutero, o grande problema é que a Igreja Católica acabou se desviando dos ensinamentos contidos nas Sagradas Escrituras. Cabia a ele, portanto, guiar os fiéis rumo à verdade da Bíblia.

Hoje em dia, a igreja serve, além do habitual para uma igreja, para apresentações de música clássica e concertos em geral. Fica perto da Ilha dos Museus e próxima ás margens do rio Spree. A Berliner Dom guarda um dos maiores órgãos musicais do país, além de tumbas de importantes figuras políticas. Todos que estavam no tour também puderam subir até sua torre e ver a cidade do alto do seu mirante.

Trabalho realizado por: Marceli Bereta Hardtke- 2º.2



Nenhum comentário:

Postar um comentário