Para saber mais sobre esse assunto, eu fui em uma viagem até a
Coreia Do Sul, para saber sobre a religião Budista e o seu ritual de morte.
Chegando lá, eu desembarquei no aeroporto internacional de Incheon em Seul, e posso
dizer que me encantei com a modernidade do lugar.
Depois de desembarcar eu fui direto
para o Royal Hotel Seoul que ficava localizado no centro de
Myeongdong, que é um bairro bem conhecido de Seul. Nesse dia eu dormi bem cedo,
pois eu já tinha um lugar para conhecer no próximo dia.
No dia seguinte...
Eu fui visitar um templo Budista que
fica em uma cidade pequena chamada Sudeoksa, que fica um pouco mais de 100 km
de Seul, eu fui de trem. Chegando lá eles me deram um uniforme, uma blusa
branca com manga vermelha e uma calça bem engraçada bege. Como eu ia passar a
noite ali, um monge apresentou o dormitório, que seria compartilhado com um
grupo de estudantes, o pior foi saber que o banheiro ficava na rua, e posso
dizer que senti um pouco de medo de ir a noite até o banheiro sozinha. Nesse
dia eu decidi dar uma volta pelo templo, tirar algumas fotos até porque era primavera e o dia estava extremamente
lindo.
Depois de dar uma volta, eu voltei
para jantar 5:30 da tarde, isso mesmo bem cedo, é comum para os monges pois
eles acordam cedo. Uma coisa interessante que eu percebi foi a maneira que os
monges comem. Partindo do princípio de não matar seres vivos, é compreensível
que a base seja toda vegetariana, mas o fato marcante é evitar desperdícios. Os
monges pegavam uma cumbuca e ali botavam o que queriam comer, eles deveriam
comer tudo e apenas deixar uma folha de Kimchi (comida tradicional coreana
feito com legumes, nesse caso é uma folha de repolho), essa folha é usada para
raspar o prato, depois eles botam água na cumbuca raspam novamente com o Kimchi
para limpar o prato e bebem a água. Isso é uma coisa bem diferente do que todos
nós estamos acostumados, que é o grande desperdício dos alimentos. Depois do
jantar, eles deram um fio, e 108 bolinhas para fazer um “colar Budista”, toda
vez que colocasse uma bolinha no fio teria que se curvar e fazer um pedido.
Depois disso a gente foi dormir.
Acordamos 3:20 da manhã horário que
os monges acordam, fomos fazer yoga as 4:20 e depois tivemos uma meditação as
5:00 que durou cerca de uma hora e meia, na meditação o monge disse para a
gente fechar os olhos, relaxar e não dormir, posso dizer que dei uma pequena
cochilada, pois acordamos muito cedo, mas foi uma experiência muito boa.
Nesse dia um monge morreu, e ficamos
sabendo como acontece o ritual de morte deles. Eles enrolam o falecido em panos
e o colocam em cima de um punhado de lenha que em volta tem incenso e velas, as
cremações budistas são cerimonias públicas, ao contrário das cremações que se
praticam no ocidente. Após sete dias da morte, familiares e
amigos reúnem-se para celebrar a memória do falecido, e esse encontro repete-se
em intervalos de sete dias, até o 49º, completando sete reuniões, a crença deles é de que enquanto o
corpo estiver presente ainda é possível ganhar méritos que beneficiem o
falecido, ajudando-o a chegar ao Nirvana, ou pelo menos a reencarnar numa
condição mais favorável.
Por mais que pareça as vezes fácil
ser um monge, até por eles sempre andarem felizes, e sempre de bom humor, percebi,
que a rotina deles deve ser cumprida à risca, horários regrados para cada dever
do dia. O Budismo não é apenas uma religião, mas também um sistema ético e
filosófico, com diversas crenças e práticas, baseadas nos ensinamentos do Buda (que
em sânscrito significa iluminado).
Posso dizer que minha experiência de
conhecer um pouco mais sobre o budismo e seu ritual de morte, foi um
aprendizado que vou levar por muito tempo, o jeito deles pensarem em relação a
tudo, e ter esse cuidado até com os pequenos seres, é incrível. Depois de todo
esse aprendizado que eu tive ao lado dos monges, eu voltei para o Brasil, e
posso dizer que muito dos pensamentos deles eu vou levar para o meu dia a
dia.
Mahara Oliveira 2°2
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