terça-feira, 13 de março de 2018

COMO A MORTE É VISTA NO BUDISMO?


Para saber mais sobre esse assunto, eu fui em uma viagem até a Coreia Do Sul, para saber sobre a religião Budista e o seu ritual de morte. Chegando lá, eu desembarquei no aeroporto internacional de Incheon em Seul, e posso dizer que me encantei com a modernidade do lugar.



Depois de desembarcar eu fui direto para o Royal Hotel Seoul que ficava localizado no centro de Myeongdong, que é um bairro bem conhecido de Seul. Nesse dia eu dormi bem cedo, pois eu já tinha um lugar para conhecer no próximo dia.
No dia seguinte...
Eu fui visitar um templo Budista que fica em uma cidade pequena chamada Sudeoksa, que fica um pouco mais de 100 km de Seul, eu fui de trem. Chegando lá eles me deram um uniforme, uma blusa branca com manga vermelha e uma calça bem engraçada bege. Como eu ia passar a noite ali, um monge apresentou o dormitório, que seria compartilhado com um grupo de estudantes, o pior foi saber que o banheiro ficava na rua, e posso dizer que senti um pouco de medo de ir a noite até o banheiro sozinha. Nesse dia eu decidi dar uma volta pelo templo, tirar algumas fotos até porque era primavera e o dia estava extremamente lindo.




Depois de dar uma volta, eu voltei para jantar 5:30 da tarde, isso mesmo bem cedo, é comum para os monges pois eles acordam cedo. Uma coisa interessante que eu percebi foi a maneira que os monges comem. Partindo do princípio de não matar seres vivos, é compreensível que a base seja toda vegetariana, mas o fato marcante é evitar desperdícios. Os monges pegavam uma cumbuca e ali botavam o que queriam comer, eles deveriam comer tudo e apenas deixar uma folha de Kimchi (comida tradicional coreana feito com legumes, nesse caso é uma folha de repolho), essa folha é usada para raspar o prato, depois eles botam água na cumbuca raspam novamente com o Kimchi para limpar o prato e bebem a água. Isso é uma coisa bem diferente do que todos nós estamos acostumados, que é o grande desperdício dos alimentos. Depois do jantar, eles deram um fio, e 108 bolinhas para fazer um “colar Budista”, toda vez que colocasse uma bolinha no fio teria que se curvar e fazer um pedido.

Depois disso a gente foi dormir.
Acordamos 3:20 da manhã horário que os monges acordam, fomos fazer yoga as 4:20 e depois tivemos uma meditação as 5:00 que durou cerca de uma hora e meia, na meditação o monge disse para a gente fechar os olhos, relaxar e não dormir, posso dizer que dei uma pequena cochilada, pois acordamos muito cedo, mas foi uma experiência muito boa.
Nesse dia um monge morreu, e ficamos sabendo como acontece o ritual de morte deles. Eles enrolam o falecido em panos e o colocam em cima de um punhado de lenha que em volta tem incenso e velas, as cremações budistas são cerimonias públicas, ao contrário das cremações que se praticam no ocidente. Após sete dias da morte, familiares e amigos reúnem-se para celebrar a memória do falecido, e esse encontro repete-se em intervalos de sete dias, até o 49º, completando sete reuniões, a crença deles é de que enquanto o corpo estiver presente ainda é possível ganhar méritos que beneficiem o falecido, ajudando-o a chegar ao Nirvana, ou pelo menos a reencarnar numa condição mais favorável.

Por mais que pareça as vezes fácil ser um monge, até por eles sempre andarem felizes, e sempre de bom humor, percebi, que a rotina deles deve ser cumprida à risca, horários regrados para cada dever do dia. O Budismo não é apenas uma religião, mas também um sistema ético e filosófico, com diversas crenças e práticas, baseadas nos ensinamentos do Buda (que em   sânscrito significa iluminado).

Posso dizer que minha experiência de conhecer um pouco mais sobre o budismo e seu ritual de morte, foi um aprendizado que vou levar por muito tempo, o jeito deles pensarem em relação a tudo, e ter esse cuidado até com os pequenos seres, é incrível. Depois de todo esse aprendizado que eu tive ao lado dos monges, eu voltei para o Brasil, e posso dizer que muito dos pensamentos deles eu vou levar para o meu dia a dia. 

Mahara Oliveira 2°2

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