terça-feira, 13 de março de 2018

a morte segundo os maoris

Auckland International Airport Limited, Auckland, Nova Zelândia, 27/12/2014, 10:15 AM 42°C 
Acabei de chegar em auckland, apara fazer minha pesquisa sobre o entendimento e a ideologia dos povos maoris, infelizmente nos dias de hoje eles são apenas entorno de 14% da população, minha sorte é que há algumas famílias que possuem nome e reconhecimento em certas áreas do país segundo informações que consegui no aeroporto, e com um senhor de mais ou menos 60 anos de idade com quem vim conversando no ônibus que peguei para o centro de auckland. Não consigo negar almoçar tendo a vista do lindo mar de auckland do "The Crab Shanck" é muito prazeroso, talvez em outra viagem venha para Nova Zelândia tirar umas férias. Vou ao meu quarto no "Prestigious Princes Wharf" para começar a me organizar...acabo entorno de 02:03 AM. 

Inserindo imagem... 

Pretigious Princes Wharf, Auckland, Nova Zelândia, 27/12/2014, 07:50 AM 37°C 
Arrumo minhas mochilas, pego um carro alugado ali, e me dirigi até Te Hapua, cerca de 6 horas de viagem. Chegando lá entrei em contato com uma família que segundo alguns informantes da região me falaram que eles poderiam me ajudar com a minha pesquisa. Te Hapua é praticamente um vilarejo, uma cidade pequena de pouquíssimos habitantes, o que facilitou e muito a minha procura. 

 
Na casa número 1157 da Te Hapua Rd, encontrei em contato com a família, me receberam de braços abertos, com uma carisma enorme, e após eu fazer a minha proposta elas aceitaram do mesmo jeito que me receberam, logo me convidaram pra entrar na casa, me ofereceram comida, por me acharem que eu estava desnutrido (eu sou bem magro comparado com eles), e dessa maneira amigável mantive meu dia conhecendo um pouco mais daquela família com um homem, uma mulher, uma adolescente e uma avó. 

Te Hapua Rd 1157, Te Hapua, Nova Zelândia, 28/12/2014, 9:21 PM 28°C 
O dia de hoje foi o começo da minha pesquisa sobre o modo de pensar, viver e agir de uma família maori que vive um pouco longe das cidades. O acordo que tivemos eu passarei 2 semanas com essa família aprendendo como os antigos maoris aprendiam e ensinavam, pela oralidade daquelas que possuem sabedoria, no meu caso até mesmo a filha do casal me ensinou algo, agora ficarei focado no meu trabalho, então só voltarei a escrever aqui no final da pesquisa ou caso aconteça algo que me cause interesse em escrever aqui. 

Te Hapua Rd 1157, Te Hapua, Nova Zelândia, 03/01/2014,3:30 PM 35°C 
Infelizmente a avó acaba de falecer... agora escrevo uma dedicatória a ela já que foi a pessoa com quem mais passei tempo, tivemos longas conversas não só sobre seu povo, mas sobre a vida em si, foi importante para me fazer lembrar a importância dos mais velhos, dos sábios, daqueles que já viveram muitas coisas. O pai me pediu para participar do tangihanga que por eles naquela região era praticado como se deve por todos ali se conhecerem. 
Primeiro eles chamaram uma empresa funerária que preparou o corpo da avó com muitas flores e o levaram a um marae (casa, lugar de forte energia espiritual) no Spirit Bay que ficava a 20 minutos de Te Hapua, aos poucos familiares distantes, amigos foram chegando e eles faziam um a um, pouco a pouco cantos, discursos, músicas em meios a suas lagrimas e faziam da sua tristeza ao livre e dividiam com os outros, tornando o peso que possuiam no seus corações cada vez mais leve já que cada um carregava um pouco. 

 

Te Hapua Rd 1157, Te Hapua, Nova Zelândia, 06/01/2014, 11:30 AM 31°C 
Se passaram 3 dias de tangi(tangihanga) todo, choro, canto, musica, discursos foram feitos para que o espirito fosse para o outro o outro mundo (a irmã teve que me explicar isso). Depois o caixão foi levado ao cemitério, mais homenagens e cantos foram feitos depois de enterrar o caixão todos ficaram um tempo refletindo em si próprio, ao sair do cemitério havia um pote com água pra tirar o tapu, que seria uma espécie de energia da morte, o mesmo era feito na casa, um tipo de ancião joga água e canta ao redor da casa para remover o tapu que ali ficou. As pessoas que não puderam ir no tangi, uma foto da vó foi levada até elas. 

The Spirit Bay, Te Hapua, Nova Zelândia, 07/01/2014, 12:47 AM 33°C 
Uma ceia com muita comida, bebida e música. Era um pouco estranho ver aquela felicidade mesmo após a morte da vó, mas de certo modo aquilo aliviava muito a saudade, parecia que era um modo de dizer que a vida ia continuar, e depois foi me explicado que toda a festa era para comemorar a ida do espírito da vó ara um lugar melhor, aonde ela não teria sofrimento. Acho que isso foi o bastante pra minha pesquisa, e pra minha vida também, foi uma boa experiencia apesar do falecimento, porém volto para a América com uma visão de mundo, e de morte, bem diferente. Amanhã embarco no avião.  

Referência 
.google maps  
.http://www.frazerconsultants.com/2017/03/cultural-spotlight-maori-funeral-traditions/ 
.https://teara.govt.nz/en/tangihanga-death-customs/page-1 

felipe trevisani cardoso 2°2



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