domingo, 11 de março de 2018

A religião na Islândia

Resultado de imagem para islandia mapaA meio caminho da América do Norte e da Europa, a Islândia é uma ilha com uma tradição que remonta dos vikings e dos chamados povos escondidos, e na minha viagem até lá, resolvi descobrir mais sobre esta parte da cultura local.
Apesar de ser um país relativamente novo se comparado ao resto da Europa, a Islândia tem tradições religiosas muito antigas, e traços dela permanecem até hoje, como nos nomes das pessoas, que muitas vezes são referencias aos deuses cultuados pelos nórdicos. Sabia que lá eles têm uma lista oficial de nomes que podem dar aos seus filhos? No hostel aonde eu fiquei hospedada, conheci duas Bjork, que significa Bétula.

Hostel em Reykjavik, capital islandesa, aonde eu fiquei 
Falando da religião em si, nos tempos da colonização era centrada nos deuses nórdicos, tanto é que quando os vikings chegaram por lá até tiraram as cabeças de dragões da frente de seus barcos para não perturbarem o povo escondido, que são os guardiões naturais da terra ali, e estão muito presentes na paisagem natural, tanto é que alguns desvios de estradas são construídos para que este povo não seja incomodado! Tanto que quando encontrei essa placa em uma estrada por lá, tive que parar para tirar uma foto. E sim, a placa é real

Um dos deuses mais adorados pelos islandeses e a Escandinávia em geral nos tempos de guerra é Odin, o deus da poesia e da guerra.



Já nos tempos de paz, o deus Por é muito cultuado, por representar o trovão, as tempestades e por sua importância para os fazendeiros da região. Aliás, muitos islandeses ainda se chamam Por, Porá ou variantes desse nome.
A conversão cristã chegou na Islândia como em praticamente todo o mundo, e foi uma conversão tida como pacífica, mas em 1970 o culto ao panteão nórdico tomou força, e foi oficializado em 1973, podendo ter suas igrejas e até celebrar casamentos.

Eu estive na Islândia durante o inverno, e pude presenciar um dos ritos deles, o Sumbel, que significa brinde. Este ritual é feito em três partes, aonde brindamos com cidra. Na primeira, o brinde é feito para Odin, e brindam com algumas gotas também para Loki, o seu irmão “encrenqueiro” (sim, o mesmo Loki do filme dos Vingadores!) para que não tenham algumas surpresas não muito agradáveis . Depois, brindam em homenagens aos ancestrais e aos mortos. Na última parte, brinda-se a quem desejar. Infelizmente não tenho nenhum registro fotográfico desse momento, porque como é uma cerimônia, não é muito legal ficar fotografando lá.

Agora, vou contar um pouco sobre a parte que mais me deixou encantada: o povo escondido da Islândia. Essa crença é levada muito a sério lá, e eu me identifiquei bastante. O tal “povo escondido” também é chamado de povo élfico, e são muito respeitados. Você tá lá fazendo uma trilha? Cuidado, porque se achar uma pilha de pedras muito alta, pode ser uma casa de elfo, e além de eles não gostarem de ser perturbados, você pode acabar ficando perdido no mundo escondido pra sempre! Então nada de mexer nas casas deles, e muito menos jogar lixo no chão, já que os elfos são seres da natureza, e conhecidos por ajudar fazendeiros às vezes. As mulheres élficas também são conhecidas por ajudas as humanas que tem dificuldade na hora do parto. Mas, uma coisa que a senhora dona do hostel me contou, é que ela não gosta de elfos. Quando eu perguntei porque, ela disse com a maior certeza do mundo que na família dela, um bebê recém nascido tinha sido substituído por um bebê elfo. Como ela sabia? A criança tinha crescido e se tornado uma “pestinha”, além de ter características dos elfos, como cabelos ruivos. Eu não duvido mesmo, vai saber!



Atualmente, segundo pesquisas, apensas 20% dos islandeses descartam totalmente a ideia de que elfos e seres místicos, como os trolls, possam existir. Durante, uma conversa, quando você pergunta isso, é difícil de ouvir um “sim” ou “não” categórico. Eles não dizem “sim” de cara porque ele vem com a ideia de que acreditam nisso no sentido mais literal, que pequenas pessoas moram em pedras e saem por aí aprontando. Também não dizem “não” com certeza, pois a maioria não quer descartar todo o mundo sobrenatural.
De uma maneira ou de outra, a Islândia é fantástica. Seja você cristão, católico, sem religião ou com pequenas crenças na magia natural, como eu, a experiência é única. Um povo que aprendeu a se unir, talvez por conta do lugar tão “isolado”, mas em que nenhum momento passa essa impressão.


Nenhum comentário:

Postar um comentário