domingo, 11 de março de 2018

Diário de viagem: o Egito atual



Pensar no Egito é pensar em religião. Enquanto a mitologia egípcia foi uma das maiores e mais complexas crenças da Antiguidade, – e, talvez, a mais conhecida – atualmente o Egito compartilha com diversos países do mundo o culto a uma das maiores religiões do globo, o Islamismo. Cerca de 90% da população egípcia é muçulmana, contando com 10% de cristãos. E foi o interesse por essa movimentada história religiosa que impulsionou minha viagem ao Cairo.

Cairo, Egito
Cheguei na capital egípcia por volta das 11 horas da manhã, e já no aeroporto encontrei-me com um historiador, conhecido meu, chamado Kalil. Vamos a um restaurante almoçar e logo lhe pergunto sobre sua religião e como percebe as manifestações religiosas na cidade. Kalil conta-me que pertence à maioria islâmica do país e que é notável a estrondosa predominância de tal culto sacro na cidade, mas que não se pode ignorar a existência dos cristãos:

“ A maior parte dos egípcios é sunita (maior ramificação do islamismo, que se opõe aos xiitas), e os que não o são fazem parte da Igreja Ortodoxa Copta, uma igreja endêmica de Alexandria, marca da conquista do Império Romano sobre o Egito na Idade Antiga.”

Digo-lhe que desejo conhecer mais sobre essa igreja e ele me leva à Catedral de São Marcos, sede dos coptas. Lá, admiro-me com a grandeza da construção. Kalil me diz que é a maior catedral da África e do Oriente Médio e que foi construída por Cirilo VI, primeiro Papa da Igreja Copta (os coptas possuem o próprio Papa).
Inteiro-me de que a principal diferença dessa Igreja em relação às demais religiões cristãs é a não aceitação ao Concílio da Calcedônia, primeiro dos sete concílios eucumênicos.

Catedral Ortodoxa Copta de São Marcos
No dia seguinte fomos à Mesquita de al-Azhar, uma das maiores do Egito. Chega  a hora de questionar Kalil sobre a sua religião:

“ Nossas crenças são as básicas do Islamismo: adoração a Alá, crença em Maomé como seu profeta, seguimento dos ensinamentos do Alcorão, crença no Dia do Juízo Final e na predestinação. Relativo à morte, encaramos esta como uma passagem para o mundo pós-terreno, e acreditamos que um dia Alá levará as almas livres de pecados para o Paraíso, dos pecadores para o Inferno e posteriormente também para o Paraíso, enquanto os hipócritas religiosos permanecerão para sempre no Inferno.”

Mesquita de al-Azhar
Uma das partes mais interessantes de nossa conversa foi quando fomos à universidade de al-Azhar, considerada por muitos a mais antiga instituição de ensino superior do mundo, anexa à mesquita homônima. Perguntei a Kalil se a religião seguia os parâmetros do resto do Oriente Médio e exercia forte influência sobre a política.

- A vida aqui no Egito é regida pela doutrina islâmica– conta Kalil. – A xária ( ou sharia), que é o Direito Islâmico, controla todos os aspectos da vida no país. Nossa Constituição afirma que qualquer nova legislação deve estar de acordo com a lei islâmica.

Universidade de al-Azhar
A conversa marcou o fim de minha aventura. Após ela, fui ao hotel, arrumei minhas coisas e voltei para casa. Percebi como conhecia tanto da religião do Antigo Egito e do culto a Rá, Hórus, Osíris etc., se comparasse a meus conhecimentos do Egito atual e como aprendi tanto com a viagem que realizei.

Referências:
https://www.brasileiraspelomundo.com/religioes-e-cultura-no-egito-411329702
http://www.portalsaofrancisco.com.br/turismo/religiao-no-egito
https://historiadomundo.uol.com.br/egipcia/religiao-egipcia.htm
http://flaviosodre.com.br/index.php/tag/xaria-e-a-lei-islamica/



 Trabalho realizado pelo aluno Pedro Schmidt 2ªEM2

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