Pensar no Egito é pensar em religião. Enquanto a mitologia
egípcia foi uma das maiores e mais complexas crenças da Antiguidade, – e,
talvez, a mais conhecida – atualmente o Egito compartilha com diversos países
do mundo o culto a uma das maiores religiões do globo, o Islamismo. Cerca de
90% da população egípcia é muçulmana, contando com 10% de cristãos. E foi o
interesse por essa movimentada história religiosa que impulsionou minha viagem
ao Cairo.
Cairo, Egito |
Cheguei na capital egípcia por volta das 11 horas da manhã,
e já no aeroporto encontrei-me com um historiador, conhecido meu, chamado
Kalil. Vamos a um restaurante almoçar e logo lhe pergunto sobre sua religião e
como percebe as manifestações religiosas na cidade. Kalil conta-me que pertence
à maioria islâmica do país e que é notável a estrondosa predominância de tal
culto sacro na cidade, mas que não se pode ignorar a existência dos cristãos:
“ A maior parte dos egípcios é sunita (maior ramificação do
islamismo, que se opõe aos xiitas), e os que não o são fazem parte da Igreja
Ortodoxa Copta, uma igreja endêmica de Alexandria, marca da conquista do
Império Romano sobre o Egito na Idade Antiga.”
Digo-lhe que desejo conhecer mais sobre essa igreja e ele me
leva à Catedral de São Marcos, sede dos coptas. Lá, admiro-me com a grandeza da
construção. Kalil me diz que é a maior catedral da África e do Oriente Médio e
que foi construída por Cirilo VI, primeiro Papa da Igreja Copta (os coptas
possuem o próprio Papa).
Inteiro-me de que a principal diferença dessa Igreja em
relação às demais religiões cristãs é a não aceitação ao Concílio da
Calcedônia, primeiro dos sete concílios eucumênicos.
Catedral Ortodoxa Copta de São Marcos |
No dia seguinte fomos à Mesquita de al-Azhar, uma das
maiores do Egito. Chega a hora de
questionar Kalil sobre a sua religião:
“ Nossas crenças são as básicas do Islamismo: adoração a Alá,
crença em Maomé como seu profeta, seguimento dos ensinamentos do Alcorão,
crença no Dia do Juízo Final e na predestinação. Relativo à morte, encaramos
esta como uma passagem para o mundo pós-terreno, e acreditamos que um dia Alá
levará as almas livres de pecados para o Paraíso, dos pecadores para o Inferno
e posteriormente também para o Paraíso, enquanto os hipócritas religiosos
permanecerão para sempre no Inferno.”
Mesquita de al-Azhar |
Uma das partes mais interessantes de nossa conversa foi quando
fomos à universidade de al-Azhar, considerada por muitos a mais antiga instituição
de ensino superior do mundo, anexa à mesquita homônima. Perguntei a Kalil se a
religião seguia os parâmetros do resto do Oriente Médio e exercia forte
influência sobre a política.
- A vida aqui no Egito é regida pela doutrina islâmica–
conta Kalil. – A xária ( ou sharia), que é o Direito Islâmico, controla todos
os aspectos da vida no país. Nossa Constituição afirma que qualquer nova
legislação deve estar de acordo com a lei islâmica.
Universidade de al-Azhar |
A conversa marcou o fim de minha aventura. Após ela, fui ao
hotel, arrumei minhas coisas e voltei para casa. Percebi como
conhecia tanto da religião do Antigo Egito e do culto a Rá, Hórus, Osíris etc.,
se comparasse a meus conhecimentos do Egito atual e como aprendi tanto com a viagem que realizei.
Referências:
https://www.brasileiraspelomundo.com/religioes-e-cultura-no-egito-411329702
http://www.portalsaofrancisco.com.br/turismo/religiao-no-egito
https://historiadomundo.uol.com.br/egipcia/religiao-egipcia.htm
http://flaviosodre.com.br/index.php/tag/xaria-e-a-lei-islamica/
Trabalho realizado pelo aluno Pedro Schmidt 2ªEM2
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