terça-feira, 13 de março de 2018

Diário de Viagem: Candomblé no nordeste brasileiro

Viagem é sinônimo de conhecimento. Na busca incansável do homem por saber cada vez mais, é irrefutável que conhecer o mundo expande nossos horizontes. Quando o assunto é cultura é notável  que além de língua, culinária e costumes, uma viagem nos proporciona conhecer outras religiões, neste diário de bordo ao nordeste brasileiro quero apresentar-lhes um pouco da religião do Candomblé.

A chegada aconteceu em Salvador, capital da religião no Brasil, e foi por volta da 14 horas. Pelas ruas já é nítido a diferença religiosa, os terreiros, templos da religião Candomblé, são espalhados pela cidade. Ainda no aeroporto combinei com uma amiga, Roberta, adepta a religião, para que nos encontremos em algum restaurante para almoçarmos, lá, ao falar sobre minha curiosidade em conhecer mais sobre a cultura afro-brasileira, fui informada que as portas dos terreiros estão sempre abertas para visitantes, e ela me convidou para conhecer o terreiro de Casa Branca, o mais antigo da cidade, ele fica situado na avenida Vasco da Gama, próximo ao Engenho Velho. 
Terreiro de Casa Branca 2017
Antes de irmos passei na pousada que estava hospedada, Ibis, e por orientação de Roberta decidi trocar de roupa, pois como tinha descoberto antes, a preferencia dentro do terreiro é por roupas claras. Chegando lá me impressionei com o local, porque uma religião que prega em preservação da natureza, respeito ao próximo e compromisso, era inevitável que fosse tudo muito arborizado e cheio de pessoas educadas e respeitosas. Lá peço para que me conte um pouco mais sobre os deuses da religião 

"Os orixás, para o candomblé, são os deuses supremos. Possuem personalidade e habilidades distintas, bem como preferências ritualísticas. Estes também escolhem as pessoas que utilizam para incorporar no ato do nascimento, podendo compartilhá-lo com outro orixá, caso necessário."

Praia da Pituba

Parte inesquecível de minha viagem, aconteceu na manhã seguinte, fui surpreendida por um ritual Candomblé a beira mar, quando cheguei a praia da Pituba me impressionei, o ritual foi acompanhado por instrumentos de percussão como atabaques e tambores. Os orixás, suas divindades, estavam ligados aos quatro elementos da natureza: fogo, terra, água e ar. É belíssimo a mistura de cores, unidas as músicas e crenças.

Na finalização de minha viagem tive uma conversa com um dos orixás, Oxumarê, para ele perguntei sobre a origem da religião e sua chegada no Brasil, atenciosamente me explicou:

"Os primeiros escravos africanos chegaram à Bahia em 1550, provenientes do Congo.  A prática do candomblé, por eles trazida, permaneceu viva mesmo diante da proibição dos europeus que procuraram convertê-los à fé católica. Essa religião onde se cultua os orixás, voduns ou nkisis, e é de origem totêmica e familiar, se tornou uma das religiões de matriz africana mais praticadas, tendo mais de três milhões de seguidores em todo o mundo, principalmente no Brasil" 

Agradecida pelas novas informações sobre a cultura afro-brasileira, retornei para minha pousada para que pudesse fazer minha malas e retornar para casa, e mais uma vez confirmei que não existe nada mais importante que o conhecimento, ainda mais sobre uma religião que faz parte da história de nosso país.

Rebeca Ruschel 2.2


  

Nenhum comentário:

Postar um comentário