Viagem é sinônimo de conhecimento. Na busca incansável do homem por saber cada vez mais, é irrefutável que conhecer o mundo expande nossos horizontes. Quando o assunto é cultura é notável que além de língua, culinária e costumes, uma viagem nos proporciona conhecer outras religiões, neste diário de bordo ao nordeste brasileiro quero apresentar-lhes um pouco da religião do Candomblé.
A chegada aconteceu em Salvador, capital da religião no Brasil, e foi por volta da 14 horas. Pelas ruas já é nítido a diferença religiosa, os terreiros, templos da religião Candomblé, são espalhados pela cidade. Ainda no aeroporto combinei com uma amiga, Roberta, adepta a religião, para que nos encontremos em algum restaurante para almoçarmos, lá, ao falar sobre minha curiosidade em conhecer mais sobre a cultura afro-brasileira, fui informada que as portas dos terreiros estão sempre abertas para visitantes, e ela me convidou para conhecer o terreiro de Casa Branca, o mais antigo da cidade, ele fica situado na avenida Vasco da Gama, próximo ao Engenho Velho.
Terreiro de Casa Branca 2017 |
Antes de irmos passei na pousada que estava hospedada, Ibis, e por orientação de Roberta decidi trocar de roupa, pois como tinha descoberto antes, a preferencia dentro do terreiro é por roupas claras. Chegando lá me impressionei com o local, porque uma religião que prega em preservação da natureza, respeito ao próximo e compromisso, era inevitável que fosse tudo muito arborizado e cheio de pessoas educadas e respeitosas. Lá peço para que me conte um pouco mais sobre os deuses da religião
"Os orixás, para o candomblé, são os deuses supremos. Possuem personalidade e habilidades distintas, bem como preferências ritualísticas. Estes também escolhem as pessoas que utilizam para incorporar no ato do nascimento, podendo compartilhá-lo com outro orixá, caso necessário."
Praia da Pituba |
Parte inesquecível de minha viagem, aconteceu na manhã seguinte, fui surpreendida por um ritual Candomblé a beira mar, quando cheguei a praia da Pituba me impressionei, o ritual foi acompanhado por instrumentos de percussão como atabaques e tambores. Os orixás, suas divindades, estavam ligados aos quatro elementos da natureza: fogo, terra, água e ar. É belíssimo a mistura de cores, unidas as músicas e crenças.
Na finalização de minha viagem tive uma conversa com um dos orixás, Oxumarê, para ele perguntei sobre a origem da religião e sua chegada no Brasil, atenciosamente me explicou:
"Os primeiros escravos africanos chegaram à Bahia em 1550, provenientes do Congo. A prática do candomblé, por eles trazida, permaneceu viva mesmo diante da proibição dos europeus que procuraram convertê-los à fé católica. Essa religião onde se cultua os orixás, voduns ou nkisis, e é de origem totêmica e familiar, se tornou uma das religiões de matriz africana mais praticadas, tendo mais de três milhões de seguidores em todo o mundo, principalmente no Brasil"
Agradecida pelas novas informações sobre a cultura afro-brasileira, retornei para minha pousada para que pudesse fazer minha malas e retornar para casa, e mais uma vez confirmei que não existe nada mais importante que o conhecimento, ainda mais sobre uma religião que faz parte da história de nosso país.
Rebeca Ruschel 2.2
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