domingo, 11 de março de 2018

Viagem à Paris de 1862



Uma das viagens mais interessantes que fiz em minha vida foi a Paris. Em 1862, fui à capital francesa com o intuito de entrevistar o grande educador, autor e tradutor Hippolyte Léon Denizard Rivail, conhecido pelo pseudônimo de Allan Kardec, o criador da doutrina espírita.

Paris, França -1862


O objetivo da jornada era saber, diretamente do criador delas, as visões de morte segundo o Espiritismo. Lembro-me de que ele me recebeu em sua casa e simpaticamente permitiu que lhe fizesse algumas perguntas. Lendo as anotações que fiz naquela noite, recordei o quão inspiradoras e enriquecedoras foram suas palavras.

Ao lhe dizer que queria saber mais sobre a vida após a morte e como esta era encarada por ele, Allan Kardec disse-me que o Espiritismo se sustentava em pilares: a imortalidade da alma, a possibilidade de nos comunicarmos com os mortos e a reencarnação. “A morte não tem mais nada de assustador; não é mais a porta do nada, mas a da libertação, que abre para o exilado a entrada de uma morada de felicidade e de paz.” Disse ele que no momento da morte, primeiro tudo é confuso, a alma precisa de algum tempo para se reconhecer, porque está meio atordoada, e no estado de um homem saindo de sono profundo e que procura inteirar-se da sua situação. A lucidez das ideias e a memória do passado lhe retornam à medida que se desfaz a influência da matéria da qual acaba de se libertar, e que se dissipa a espécie de bruma que obscurece seus pensamentos.

Quando lhe perguntei sobre o significado da morte, Kardec explicou que todos somos almas imortais, reencarnantes neste planeta, com o propósito de evolução individual e coletiva e a morte é a conclusão de um ciclo e o começo de outro.Queria saber também, sobre os ritos aos quais o Espiritismo aderia, e ele me disse que não havia ritos, que acreditava apenas na prece feita com o coração,” O velório é realizado principalmente para a acolhida da família e para que a alma possa receber as devidas homenagens.Mas o momento mais esperado de minha entrevista foi quando perguntei-lhe sobre Deus e reencarnação. Lembro que ele disse que a reencarnação era a forma mais plausível de explicar a existência de Deus, uma vez que esta daria resposta à maldade que há em um mundo onde também há um Deus que é o bem supremo. Segundo ele as reencarnações seriam um ciclo de ação e reação no qual as pessoas vão livrando-se das tendências ruins e do desvirtuamento.
Allan Kardec


É uma honra para mim saber que tive uma conversa tão interessante com uma das mentes mais ímpares do século XIX e fundador de uma religião que hoje conta com milhões de adeptos por todo o mundo e que tem as doutrinas como influenciadoras de diversas religiões pelo mundo.

Referências:http://www.guia.heu.nom.br/apos_a_morte_resumo_de_ak.htmhttps://perdaseluto.com/2016/07/26/o-significado-da-morte-e-o-processo-de-luto-na-visao-do-espiritismo/

Trabalho realizado por Brenda Pinós 2ªEM1




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